quarta-feira, 17 de agosto de 2011

As mudanças estão chegando. Quem não se preparar...

Adiantamos aqui no blog no tópico "UMA DISPUTA SILENCIONA NAS MÍDIAS" que haveria mudanças no setor de plataformas de MÍDIA
A FOLHA DE SÃO PAULO de hoje 17 agosto, traz matéria (vejam a integra - apenas assinantes)
Estamos ou não debatendo um assunto pertinente e atual?
Christian: lembra de nosso debate na Livraria Cultura sobre acesso a capitais externos nas mídias?(item 1)
Milena: Produção de conteúdo nacional. Lembra que comentamos que o pessoal do DISCOVERY nos procurou na USP para documentário mundial para os preparativos da copa? (item 2)
Patriarca: como havíamos debatido a convergência não é tecnológica, é de modelos de negócios (3)

Congresso libera TV a cabo para as teles



Com a mudança, as operadoras de telefonia fixa vão poder controlar empresas de televisão por assinatura Nova lei também acaba com restrição a estrangeiros; Embratel poderá assumir Net, e Telefônica, a TVA
SOFIA FERNANDES
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem o projeto de lei que abre o mercado de TV a cabo para as empresas de telecomunicações(1) nacionais e estrangeiras e define (2) cotas nacionais de programação.
O texto vai a sanção presidencial. O projeto unifica a regulamentação de (3) TV por assinatura, seja via satélite, cabo ou micro-ondas, e derruba a legislação específica para TV a cabo hoje em vigor.
A atual lei do cabo proíbe que teles estrangeiras controlem TV a cabo. As nacionais também eram proibidas, mas a Anatel estava mudando essa determinação.
Agora, as teles ficarão legalmente liberadas para controlar empresas do setor. Com isso, o governo espera ampliar a competição de TV por assinatura, baratear o serviço e usar o negócio como um vetor de crescimento de conexões à banda larga.
As empresas de telefonia fixa poderão vender os chamados "combos" de TV paga, telefone e banda larga. O projeto, porém, mantém as teles fora do processo de produção de conteúdo.(QUEM FARÁ O CONTEÚDO?)
O projeto de lei define ainda cotas para produção nacional. Os canais deverão veicular três horas e meia por semana de conteúdo produzido no Brasil das 18h às 22h.
Há ainda a determinação de que metade da cota nacional seja produzida por empresas que não sejam vinculadas a grupos de radiodifusão (quem fará?). Será um total semanal de uma hora e 45 minutos de programação independente.
O texto, que tramitava havia quatro anos, determina à Ancine a função de verificar o cumprimento dessa meta de veiculação de conteúdo brasileiro e independente. O papel da agência foi a principal crítica da oposição.
O senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que, apesar de votar a favor do projeto, entrará com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a atribuição de tarefas à Ancine.
O relator do projeto, senador Walter Pinheiro (PT-BA), afirmou que não há delegação de funções novas à Ancine, que já tem a tarefa de regulação do setor.
O texto foi aprovado no Senado sem modificações. O projeto acaba com o limite de participação estrangeira no setor de TV a cabo no país, que era limitado a 49%.

CONSOLIDAÇÃO
O mercado já aposta em mudanças no setor com a aprovação da lei. O negócio mais esperado é a troca de comando na Net, hoje controlada pelas Organizações Globo. O empresário mexicano Carlos Slim e dono da Embratel, sócio na TV a cabo, deve assumir o controle da empresa.
A Telefônica deverá assumir o controle da TVA. Para a empresa, o cliente ganhará com a maior concorrência. "O principal beneficiado será o consumidor, que terá à disposição um leque maior de opções de provedores ofertando TV por assinatura", diz a empresa. Net e Oi não se pronunciaram.

Colaborou ALESSANDRA KIANEK, de São Paulo

2 comentários:

  1. Caro Ramiro,

    Em primeiro lugar, obrigado pelo convite para participar do debate. Em relacao a convergencia das midias e modelos de negocio, ha uma questao interessante acontecendo aqui no Mexico.

    A economia mexicana se caracteriza por monopolio ou oligopolios (minha percepcao eh de ser ainda mais concentrado que no Brasil) e estes grupos estavam acomodados na exploracao de seus mercados. Tinhamos o Slim com 80% do mercado de telefonia e o Salinas que dominava a midia com a TV Azteca. Claro que nao ha nenhuma evidencia (e nao sou estudioso do assunto) mas a percepcao eh qhe tinham um relacao amigavel de protecao aos seus (quase) monopolios

    Recentemente estes grupos comecaram a brigar (inclusive judicialmente) pois o Slim esta requisitando uma licenca para operar TV a cabo - e o Salinas ja avisou que nao fornecera o conteudo de suas TVs para esta nova operadora - e o Salinas fez um JV com uma operadora de celular (que uma das empresas de Slim esta questionando no orgao equivalente ao CADE).

    Enfim, tempos interessantes.

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  2. Pois é. Aqui no Brasil também estamos em processos de mudanças de legislação concomitantemente a mudanças nos modelos de negócios. Foi sem surpresa que vi um dos mais prestigiados banqueiros (SANTANDER) ir dirigir a empresa com maior conteúdo impresso do Brasil (a ABRIL).
    Avanços positivos e interessantes para quem estuda modelos de negócios nas mídias.
    Claramente BARBOSA - financista e economista (ou vice versa) vai chacoalhar os modelos de negócios da Abril. Vamos aguardar.

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