segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Inversão de Expectativa como Técnica Fixação de Mensagens

O teórico da informação Claude Shannon publicou em 1948 as bases da Teoria da Informação num artigo científico intitulado A Mathematical Theory of Communication .
Seu enunciado mais importante foi a quantificação da informação num ENUNCIADO MATEMÁTICO, resumido na frase (uma redução sintética do conceito):
“a quantidade de informação num evento é inversamente proporcional a probabilidade dele ocorrer”.

Traduzindo em termos simples: menos provável, maior a quantidade de informação contida num evento. Exemplos clássicos desta proposição são a morte de Ayrton Senna e a Queda das Torres Gêmeas. Muitas pessoas não se lembram o que fizeram domingo retrasado, mas se lembram extatamente onde estavam (e o que faziam) quando receberam a notícia da queda das torres gêmeas. É disso que trata a tese de Shannon.

Os eventos improváveis carregam uma enorma quantidade de informação. O contrário também é verdade: eventos prováveis (conhecidos) carregam pouca informação. Exemplo simples é o fato de poucas pessoas lembrarem do trajeto que fizeram da escola para casa ou para trabalho. Simplesmente por ser repetitivo (conhecido) este é evento é muito provável e portanto carrega pouca informação.

Shannon foi o primeiro a sistematizar A Teoria da informação como um ramo da probabilidade e da estatística que lida com sistemas de comunicação. (não confundir com tecnologia da informação).
No processo de desenvolvimento de uma teoria da comunicação que pudesse ser aplicada por engenheiros para projetar sistemas de telecomunicação melhores, Shannon criou uma medida “ENTROPIA”, definida como logaritmo do grau de caoticidade da distribuição de probabilidade:


 H(X) = -\sum_{x \in \mathbb{X}} p(x) \log p(x)


Confuso? Basta entender que essa caoticidade é a improbabilidade do evento ocorrer. No exemplo dado: Existe maior caos que a queda das torres gêmeas? Isso é a entropia.

NA PRÁTICA, COM FUNCIONA?
Muitos publicitários e comunicadores utilizam a teoria aplicada na prática, construindo a INVERSÃO DE EXPECTATIVA como forma de aumentar o impacto (quantidade de informação) numa mensagem. Os melhores humoristas conhecem a técnica e a utilizam na criação de piadas. O discurso é construído de tal forma a levantar a hipótese do evento mais provável ( a mente é direcionada a construir um  final da piada") e de repente um fato novo inverte a lógica da narrativa causando o riso e a gargalhada.
É o final improvável da piada que a torna engraçada.


Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

As mudanças estão chegando. Quem não se preparar...

Adiantamos aqui no blog no tópico "UMA DISPUTA SILENCIONA NAS MÍDIAS" que haveria mudanças no setor de plataformas de MÍDIA
A FOLHA DE SÃO PAULO de hoje 17 agosto, traz matéria (vejam a integra - apenas assinantes)
Estamos ou não debatendo um assunto pertinente e atual?
Christian: lembra de nosso debate na Livraria Cultura sobre acesso a capitais externos nas mídias?(item 1)
Milena: Produção de conteúdo nacional. Lembra que comentamos que o pessoal do DISCOVERY nos procurou na USP para documentário mundial para os preparativos da copa? (item 2)
Patriarca: como havíamos debatido a convergência não é tecnológica, é de modelos de negócios (3)

Congresso libera TV a cabo para as teles



Com a mudança, as operadoras de telefonia fixa vão poder controlar empresas de televisão por assinatura Nova lei também acaba com restrição a estrangeiros; Embratel poderá assumir Net, e Telefônica, a TVA
SOFIA FERNANDES
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem o projeto de lei que abre o mercado de TV a cabo para as empresas de telecomunicações(1) nacionais e estrangeiras e define (2) cotas nacionais de programação.
O texto vai a sanção presidencial. O projeto unifica a regulamentação de (3) TV por assinatura, seja via satélite, cabo ou micro-ondas, e derruba a legislação específica para TV a cabo hoje em vigor.
A atual lei do cabo proíbe que teles estrangeiras controlem TV a cabo. As nacionais também eram proibidas, mas a Anatel estava mudando essa determinação.
Agora, as teles ficarão legalmente liberadas para controlar empresas do setor. Com isso, o governo espera ampliar a competição de TV por assinatura, baratear o serviço e usar o negócio como um vetor de crescimento de conexões à banda larga.
As empresas de telefonia fixa poderão vender os chamados "combos" de TV paga, telefone e banda larga. O projeto, porém, mantém as teles fora do processo de produção de conteúdo.(QUEM FARÁ O CONTEÚDO?)
O projeto de lei define ainda cotas para produção nacional. Os canais deverão veicular três horas e meia por semana de conteúdo produzido no Brasil das 18h às 22h.
Há ainda a determinação de que metade da cota nacional seja produzida por empresas que não sejam vinculadas a grupos de radiodifusão (quem fará?). Será um total semanal de uma hora e 45 minutos de programação independente.
O texto, que tramitava havia quatro anos, determina à Ancine a função de verificar o cumprimento dessa meta de veiculação de conteúdo brasileiro e independente. O papel da agência foi a principal crítica da oposição.
O senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que, apesar de votar a favor do projeto, entrará com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a atribuição de tarefas à Ancine.
O relator do projeto, senador Walter Pinheiro (PT-BA), afirmou que não há delegação de funções novas à Ancine, que já tem a tarefa de regulação do setor.
O texto foi aprovado no Senado sem modificações. O projeto acaba com o limite de participação estrangeira no setor de TV a cabo no país, que era limitado a 49%.

CONSOLIDAÇÃO
O mercado já aposta em mudanças no setor com a aprovação da lei. O negócio mais esperado é a troca de comando na Net, hoje controlada pelas Organizações Globo. O empresário mexicano Carlos Slim e dono da Embratel, sócio na TV a cabo, deve assumir o controle da empresa.
A Telefônica deverá assumir o controle da TVA. Para a empresa, o cliente ganhará com a maior concorrência. "O principal beneficiado será o consumidor, que terá à disposição um leque maior de opções de provedores ofertando TV por assinatura", diz a empresa. Net e Oi não se pronunciaram.

Colaborou ALESSANDRA KIANEK, de São Paulo

terça-feira, 16 de agosto de 2011

3a Debate : MODELOS DE NEGÓCIOS e FUTURO DAS MÍDIAS

Faremos uma palestra debate com professores da ECA USP e coordenado por - Arthur Matuck .Pena que Rahdfaerer que inspirou muitas das questões não poderá participar.
Vejam detalhes do 3o debate (os outros dois foram na FEA USP):


Data: 16 agosto de 2011
Local: Escola de Comunicação e Artes - Auditório CRP
Horário: 19:00 - 22:00h
Disciplina: Comunicaçao Digital e Novas Midias com enfase nas redes - Coordenação Arthur Matuck



Título e conteúdo do debate - palestra

MODELOS E SOLUÇÕES DE NEGÓCIOS NAS MÍDIAS

“As plataformas ON LINE capturam audiência das plataformas OFF LINE, mas não trazem receitas na mesma proporção”.
Debatedores:
Milena Seabra - Diretora de Marketing GRPCOM PR
Christian Marra, Diretor da Nethics
Roberto Patriarca - Diretor Panejamento HSBC


As conseqüências são dramáticas: queda da remuneração aos produtores de conteúdo, disfuncionalidade nos modelos de negócios de veículos, redução na qualidade do conteúdo produzido e a proliferação do jornalismo gratuito. Por outro lado é inegável o potencial colaborativo e a geração de conteúdo descentralizada na WEB.
Como administrar um negócio de mídia sustentável?


Prof Ramiro Gonçalez

domingo, 7 de agosto de 2011

Livro debate MODELOS DE NEGÓCIOS NAS MÍDIAS

Acaba de ser lançado o livro onde há um estudo qualitativo e quantitativo a respeito dos MODELOS DE NEGÓCIOS e AS NOVAS PLATAFORMAS DE MÍDIA.
O pressuposto inicial é tentar responder uma questão paradoxal:
“As plataformas ON LINE capturam audiência das plataformas OFF LINE, mas não trazem receitas na mesma proporção”.
As conseqüências são dramáticas: queda da remuneração aos produtores de conteúdo, disfuncionalidade nos modelos de negócios de veículos, redução na qualidade do conteúdo produzido e a proliferação do jornalismo gratuito.

O livro traz possíveis alternativas e busca uma análise para conciliar essas plataformas num modelo de negócios sustentáveis.
Abaixo a sinopse do lançamento realizado em 3 agosto, na Livraria Cultura.

Autores: Paulo Faustino e Ramiro Gonçalez
A obra Gestão Estratégica e Modelos de Negócio – O caso da indústria da mídia, da autoria de Paulo Faustino e Ramiro Gonçalez, é apresentada dia 3 de Agosto, às 18h30, na LIVRARIA CULTURA - SHOPPING MARKET PLACE (Marginal Pinheiros), em São Paulo.
A apresentação conta com a participação do Professor Valério de Brittos e Agostinho Branquinho (Ongoing, Administrador). Esta obra estará disponível nas livrarias em Portugal, no Brasil e na Amazon, entre outras livrarias físicas e virtuais.
Este livro, prefaciado pelo Professor Celso Grisi da FEA USP , aborda as transformações que ocorrem na indústria da informação, em particular na indústria de mídia. Num contexto de volatilidade da sociedade, dos consumidores e dos mercados, torna-se fundamental compreender as dinâmicas de mercado, de modo a adoptar as melhores práticas de gestão. A obra contém uma abordagem teórica e prática de importantes questões relativas à gestão estratégica dos mídia tradicionais, reflectindo sobre o reposicionamento dos mesmos face às transformações impostas pela Internet e analisa o seu impacto na disrupção dos negócios e na desmaterialização da economia, particulamente no sector dos media.
Paulo Faustino é doutorado e especializado em economia, gestão e políticas dos media; é docente na Universidade do Porto, Escola Superior de Comunicação Social (Lisboa) e Escola Superior de Edução e Ciências Sociais (Leiria) Está a realizar um PostDoc e está associado a centros de investigação Europeus e Norte Americanos. É presidente da Media XXI/Formalpress.
Ramiro Gonçalez é pesquisador e professor de cursos de MBA, entre eles o da FIA - USP. Actua nas áreas de inteligência competitiva e gestão mercadológica. Tem desenvolvido o seu percurso profissional, conciliando a actividade académica como executivo de importantes empresas multinacionais, sediadas no Brasil.
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Ficha Técnica:
Nome: Gestão Estratégica e Modelos de Negócio: O caso da indústria de mídia
Autores: Paulo Faustino e Ramiro Gonçalez
Editora: MediaXXI/ Formalpress (www.mediaxxi.com)
ISBN: 978-989-8143-74-7
Número de Páginas: 310
Preço: 36,59 reais (Brasil) - 16 euros (Europa) - 22,78 dólares (EUA)