sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Conhecimento em REDE é mais do que WEB

Tenho estudado e visitado vários blogs de veículos de grande audiência para avaliar se realmente praticam a ideia do conhecimento em rede ou inteligência colaborativa.

Vejam alguns resultados:
1) Amostra: 53 blogs de FSP (8), ESTADÃO (6), GLOBO (8); EXAME (9); GAZETA DO POVO (2); VEJA (7);
EPOCA(5); EPOCANEGOCIOS (2); OUTROS (6);

2) Período : De janeiro 2009 a setembro 2010;

3) Apenas 2 Blogs interagem* com seus leitores.

*Nota: "interagir" no estudo tem a definição : responder aos comentários postados, utilizar comentários postados para gerar conteúdo em novos posts, permitir que os usuários debatam o tema entre eles utilizando o espaço de comentários.

É incrível como a força da comunicação unidirecional ainda impera nas organizações de mídia. Por mais que haja uma evidente revolução tecnológica no uso das novas plataformas os gestores de conteúdo das mídias ainda resistem a entender que é preciso dialogar com a audiência. Muitos jornalistas tratam o Blog como uma Coluna. Sem interação o Blog vira realmente uma Coluna.
Mas não é esse o espírito em rede que o BLOG cria.

Isso não é feito por vários fatores:
1) Capacidade operacional: os volumes podem ser imensos e inviáveis para interatividade (especialmente em áreas como Política e Esporte). Uma das soluções é cobrar por comentários em blogs com muito acesso;

2) Soberba: muitos gestores do conteúdo ainda entendem que seu papel é levar a notícia. Ainda não perceberam que isso está mudando. O próprio leitor pode trazer dados novos ao fato ocorrido. A notícia é única, mas sua interpretação não. Os leitores querem saber o que outros pensam da notícia e deixar sua própria interpretação;

3) Conhecimento: Há uma falta de entendimento da dinâmica da interação. Como interagir? O que posso publicar? O comentário afeta o conteúdo da notícia?

Um dos BLOGS que fogem a regra e deveria servir de inspiração é o NOVO EM FOLHA da FSP.
Alguns motivos:
a) é um blog de treinamento: para treinar é preciso interagir;
b) aceita riscos: gerar conteúdo a partir dos comentaristas é aceitar alguns riscos em relação aos conceitos do jornalismo tradicional. Mas aceitar o diálogo é parte do jogo;
c) humildade: receber e acatar sugestões. Isso não muda a linha ética do blog, mas apenas permite a pluralidade de opiniões.

Repare que em nenhum momento falamos em barreiras tecnológicas, as barreiras são compotamentais.
Um erro é sair correndo para implantar novas plataformas enquanto o uso ainda é norteado por procedimentos antigos.

Exercitar o poder dialógico da rede é um dos caminhos para aceitar a nova mídia.

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